Acordei cedo. Você ainda dormia, parecia um anjo, sua face revelava que tinha bons sonhos. A princípio, vendo você ali, indefeso, sereno, feliz, deitado na cama que escolhemos com tanta atenção, recarregando as energias que te arranquei na noite passada, quis desistir daquela ideia maluca de te deixar, e por um minuto, quis deitar ao teu lado outra vez. Mas no minuto seguinte me bateu a certeza, um mar de coragem invadiu o meu corpo e me ‘jogou’ pra longe do quarto.Com cuidado para não fazer qualquer ruído, peguei minha mala e todos os meus vestidos que delicadamente enfeitavam metade do seu armário de camisas. Não resisti e peguei, pra mim, a sua preferida. Levarei comigo.Vou sentir sua falta, sentirei falta de tudo: seu jeito, seus beijos, sua voz, seus olhos, seu sexo, seu cheiro, sua risada, sua estranha mania de inventar palavras, seu violão e as canções que fez pra mim, sua barba no meu rosto, suas mãos em meus cabelos, seu cheiro... Achei, talvez, que levando essa camisa azul desbotada, ainda teria você comigo.Eu não queria estar arrumando as malas - sinto que já te amo perdidamente - mas é preciso. A culpa não sua, eu reconheço. Você é o companheiro que eu pedi a Deus, sempre esteve disposto a me ouvir e me acolher. Acontece querido, que nossas agendas têm sido muito traiçoeiras conosco. Elas não se batem. As semanas vão se passando e é cada vez mais frequente um de nós dois jantar e tomar café da manhã sem a companhia do outro. Será melhor e mais fácil assim: partir sem te dar a chance de querer me convencer de ficar (eu sei que ficaria).Será melhor.Tratei de arrumar a mala com cuidado e bem rápido. Passavam das três, precisava ser rápida, o avião sairia às cinco. Tomei um banho gelado e fui à cozinha. Preparei algumas torradas e comi na companhia daquele delicioso suco de acerola que você sempre me faz[ia]. Liguei a cafeteira e a deixei passando um café para quando você acordasse. Na mesa deixei o bolo, o mamão, o pão e iogurte, como de costume. Só te faltaria o meu beijo, dali em diante.Voltei ao quarto e, da porta, ousei olhar-te pela ultima vez. Chorei calada e senti a dor que tua ausência provocaria em mim. Virei, encostei a porta e parti sem olhar pra trás. Deixando naquela casa, tudo que me fizesse lembrar os melhores momentos da minha/nossa vida.Desculpa, mas eu precisava dizer-te adeus.
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se é difícil pra você pior pra mim ♪
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