Minha unha quebra, e quero que a minha vida acabe.Roupas, sapatos e maquiagens, e meu ego lá em cima.O delírio que um chocolate faz por mim na TPM, nenhum homem nunca conseguiu cometer. Cozinho e passo - apenas,não lavo, pois manicure é uma vez na semana. Amo rosa, vermelho e amarelo. Procuro como uma desbravadora crente, o batom que fixe a cor por mais de duas horas. Me sinto um pinto molhado na chuva, e a detesto.Converso animada e com amigas sobre cores, cortes e estilos de cabelo. Corro de baratas, lagartixas e insetos nojentos. Ver sangue me dá ânsia, se assistir à vômito, vomito junto. Tenho algumas frescuras, e não minto. Fui criada entre contos-de-fadas, princesas felizes no happy end, e amor em primeiro lugar. Aquela vida que nos ensinam de trabalho, dinheiro, família, filhos e tal. Me comovo até com comercial de dia das mães, e chorona maioria dos filmes. Não entendo absolutamente nada sobre canos, válvulas e mecânica - e não faço a menor questão.Fujo de cachorros de rua e escuto músicas melosas na fossa, e animadas quando assim me encontro. Gosto de futebol, mas me arrisco apenas em entender o esporte (sou uma negação com os pés,detesto atritos corporais e os uniformes não caem bem em nós damas, convenhamos...). Sou toda letras, literatura romântica e inspiradora. E repugno números.Diante desse balaio de feminices, e audaciosa que sou, me arrisco a contradizer a letra famosa de Rita Lee, Pagu: não sou mais macho que nenhum homem. Entre um par de peitos, cintura fina ,acredito que nem mesmo que quisesse, alguma masculinidade brotaria em mim. Gostaria de poder trocar eu mesma o pneu do carro; mas prefiro cozinhar o jantar, enquanto ele passa no supermercado. Adoraria conseguir abrir sozinha uma lata de palmito; porém, nada é melhor do que o sorriso dele no rosto, por se sentir útil. Não confundam, não sou fútil; amo roupas, e suas combinações, o que acredito dizer muito sobre uma pessoa,seus sentimentos e personalidade.Nada como chorar num filme, e a manga do blusão dele oferecida, para enxugar suas lágrimas infantis. Ser mulher não tem preço. Se sentir feminina, menos ainda. Sou também assim.Vou com garras, vontade, corpo e idealização ao que é de meu interesse. Porém, sem esquecer meu gloss, sutiã e meia-calça.E essa história de macho, sinceramente, não é pra mim. Mais másculos que eu, estão todos que entre as pernastem algo que eu não possuo; Apenas, quero continuar sendo vista como mulher,moleca, boneca; princesa. E deixar a caixa de ferramentas lá em cima, no alto do armário: onde nem eu alcanço.
|Calmila ♥
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